terça-feira, 28 de dezembro de 2010

DAR DE MAMAR É MUITO MAIS FÁCIL

Dar de mamar não dá trabalho nenhum! No máximo te ocupa enquanto ela está no peito, o resto é só alegria (ou tristeza, ou sono, ou passeio, ou choro, ou preguiça). Dar comidinha exige atitude o tempo todo, do contrário, tudo sai do trilho e a vida e a casa viram um caos! Compra a comida, prepara a comida, separa nos potinhos, traz a Alice, pega a cadeirinha, traz o babador, posiciona o prato e, ufa!, dá a comida. Depois dá água (ah, esqueceu de separar, levanta e vai rápido pegar), limpa ela, põe no cercadinho, lava a louça, a panela, a cadeirinha e, então, você pode ir comer. Daí tem a sua louça (ok, não precisava ter lavado a dela antes, mas você já lavou e agora tem que lavar de novo), guarda tudo na geladeira, e pode ir ver que ela já precisa trocar a fralda. Daqui há pouco já é hora da frutinha, aí vc pega aquela louça que vc acabou de lavar e começa a sujar tudo de novo...

É função sem fim...

CALMA PRA FAZER DORMIR

Acho que esse é um dos temas mais difíceis – dormir a noite. Enfim, vou registrar como tenho lidado com isso.

Depois que voltei a trabalhar e a partir do evento do casamento, a Alice passou a acordar toda madrugada, por volta de 1h30– 2h. Das primeiras vezes, dei peito, e então comecei a perceber que isso não estava sendo legal – estava consolidando o hábito e fazia ela acordar mais tarde pela manhã, mais cansada e com menos fome. O primeiro resultado ao ‘não-peito` foi um desastre. Fiquei super agoniada, cheia de sono, louca pra ela dormir de novo, mas sem peito nem eu sabia como e ela só chorava. Ficamos umas 2 horas nessa ‘briga’, eu saia e entrava no quarto, o Lelê tentava ajudar, só que ela chorava ainda mais, cheguei a deixar ela chorando no berço, não via como ela podia dormir naquela berração toda, impossível. Acabei cedendo o peito – e caímos exaustos os três! Na noite seguinte cheguei a ficar com medo da noite... quando ela acordou, resignada, fiz ela retomar o sono no peito.

Depois disso, decidi que eu tinha que encarar o choro: deixa o sono pra lá, ela vai acordar, eu já sei, e eu vou me dedicar a acalmá-la. E foi isso. Fiquei por 1 hora com ela até ela dormir, e percebi o que a CALMA é capaz de proporcionar. Sem me deixar contaminar pelo ‘sofrimento’ dela, consegui ver que ela chorava de olhinhos fechados, e assim o que ela precisava mesmo era só de calma.

Desde então, a cada noite, o tempo pra ela retomar o sono foi diminuindo e passei a acalmá-la no próprio berço. Há 3 noites ela não acorda; na verdade, ela parece dar uma leve despertada, resmunga um pouco e volta a dormir sozinha.

Bem, essas 3 noites coincidiram com o início da papinha salgada e como eu estava contando a papinha salgada está fazendo ela agitar muito durante o dia e a dormir mais pesado do que antes...

De um jeito ou de outro, minhas noites estão voltando a ser de sono J

COISINHAS QUE ELA FAZ E A GENTE VAI ESQUECENDO - 2

Alice agora chora em ‘ggggghi’. Adora ficar em pé e é sempre o que ela quer. Fica com as pernocas duras, enrigece o corpo e reclama– gggggghi – não se deixa sentar fácil não.

Agora que já senta com firmeza, está treinando pra se colocar sentada. No carrinho, dependendo da posição do encosto já senta ou tenta se puxar pra sentar. A pediatra alertou – Rachel, abaixa o berço! – confesso que estou enrolando... todo dia digo que vou fazer e não faço. Ai ai.

Ah! Descobri que a Alice é super calorenta! Ok, está o maior calor, mas a bichinha transpira demais, fica cheia de brotoejas. Como eu sou mais friorenta tendo a errar no agasalho, Lelê e Ana Paula ficam me pilhando, dizendo que é por isso que ela acorda no meio da noite.

ELA ME QUER ☺

Nesse 1o fim de semana de comidinha, a Alice aprendeu uma outra coisa: descobriu quem é a mamãe!!!

Ela olha pra mim e joga os bracinhos na minha direção! Aaaaaaaaaaa!!!!!! A-do-ro!! Disfarço uma certa indiferença mas, lógico, fico CHEIA de orgulho. Hahaha! Sou mais importante, tá!! Hahaha. O papai fica querendo que ela faça com ele tb. Vai fazer! Mas ainda não J, por hora é a mim que ela quer!

sábado, 25 de dezembro de 2010

BATATA COM CENOURA, LARANJINHA LIMA

Essa foi a primeira refeição da Alice. Fofa!

Mamãe aqui fez questão de preparar a comidinha, apesar da pouca aptidão. A pediatra falou, tem que ficar gostoso, não abusa do sal mas pode temperar. Então me dediquei e o papai suuuper ajudou! Foi muito divertido! Nos emocionamos ao ver tão bonitinha a Alice comendo e curtindo, sacudia as perninhas, abria a boca pra próxima colherada, o rostinho bochechudo mastigando o purê, olhava pro papai e voltava pro prato, corpinho projetado pra frente, querendo mesmo brincar de comer. Ai, tão linda, mas consegui contar as lágrimas e me entregar à brincadeira de dar comidinha, gostoso demais.

A tardinha foi a vez do suquinho de laranja lima. AMOU!! Tava bem docinho e ela se agitava toda. Quando eu tirava o copinho, se sacudia e dava gritinhos.

Agora, toda essa novidade não vem assim sozinha. A comida parece que deu uma turbinada na Alice. A sensação é que de uma hora pra outra ela passou a falar muuuito mais – Bááá-báá-báá! Fica um tempão soltando a voz, faz entonações diferentes, dá gritinhos, gargalha sozinha. Quer ficar em pé o tempo todo, no colo está sempre agitada, se joga pros brinquedos, quer pegar tudo o que vê pela frente, papel então, é o item predileto, já comeu vários até eu perceber esse novo paladar da pequena.

Fora isso, o sono dela está diferente. Está mais fácil e mais pesado, e agora, se ela está com sono, não enrola muito, não, ‘pede’ ajuda e dorme.

Nessa última semana do ano, vamos pra Serrinha passar o réveillon. E o foco de dúvida do momento é a alimentação dela lá. Acho que vou levar uns potes com comidinha pronta e congelada, pra usar mais no início e levar tb uns leguminhos pra fazer lá mesmo. Assim fica fresquinho e não corre o risco de ‘vencer`. Uns potinhos Nestlé tb vão acompanhar nosso kit bebê. Outra linha de itens da viagem: piscininha, protetor solar, maiô-fofo, chapéu, biquininho. Heheheh. Vai ser muito legal!!!!!

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

SALGADINHOS A CAMINHO

Alice linda está pronta pra se aventurar nas comidinhas salgadinhas. Eeeee! Ela tem gostado tanto das frutinhas, come sorrindo, compenetrada e não desperdiça comida. Acho que vai se amarrar nas comidinhas salgadas.

Agora ela terá uma rotina de alimentação completa, com almoço e jantar de verdade :). As mamadas vão ser menos importantes :(.

Mas então.

Me acostumei a ficar tirando leite. Ok, é um saco, demora, é barulhento, às vezes machuca, tem que limpar tudo o tempo todo... mas me organizei toda pra isso, tenho vários potinhos, lancheirinha, uma salinha no trabalho, toda uma rotina em função do leite – quando acordo, antes de sair de casa e quando chego. E a verdade é que cada vez que paro pra tirar leite me sinto ligada a ela, me sinto cuidando dela, como se eu estivesse fazendo uma manutenção da relação com ela. Quase gosto de tirar leite.

Só que agora... meio que não precisa mais, e aí estou me sentindo um pouco esvaziada, deixando de ser especial... Dar de mamar é um momento tão particular, sou só e ela; ali, estamos nos amando, é íntimo demais, gostoso demais. Mas a fase final da amamentação chegou... snf, não vou mais ser exclusiva pra ela. Não vou mais PRECISAR sair correndo do trabalho. O leite vai começar a diminuir... já está diminuindo, na verdade – fiquei 1 dia sem tirar leite na semana passado e já afetou a produção. Vou ser só mais uma mãe às voltas pra equilibrar todas as demandas de cuidar do filho e da própria vida.

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

SANTA PACIÊNCIA

De novo no tema “dormir de noite”, neste fim de semana pela 1ª vez consegui fazer a Alice dormir sem ser no peito.

De umas semanas pra cá, Alice acorda toda madrugada (coisa que ela não fazia desde os 2 meses). E, com maior ou menor demora, mais ou menos choro, muito ou pouco embalo, o final é sempre no peito. Só assim ela dorme.

Só que isso como regra está começando a interferir na rotina alimentar da pequena – como mama de madrugada, demora pra acordar, pois não tem fome e fica mais cansadinha. E aí dá uma bagunçada na programação.

Neste sábado, consegui fazer diferente.

Quando ela acordou, insisti MUUITO em confortá-la no berço. Me debrucei toda pra dentro do berço, dei chupeta, carinho no cabelo, carinho na testa e entre os olhos, palmadinha no bumbum fazendo ela ninar, cantando baixinho sem parar... e a CHAVE: fazer tudo isso com a maior calma do mundo!!! Por mais que ela chore, por mais que pareça não estar adiantando, por mais que ela se debata, nunca perder a CALMA. Só com calma é possível acalmar.

E assim foi. Ela chorava de olhinhos fechados. Topava a chupeta e depois cuspia. Ao invés de enfiar a chupeta de volta imediatamente, deixava reclamar um pouco mais, sem sair “de cima”, com a voz bem tranqüila, cantando a musiquinha, fazendo carinho, oferecia a chupeta de novo. Quando pegava, se acalmava de leve e depois chorava de novo, mas ainda com a chupetinha na boca. Ficamos assim, juntinhas (eu pendurada no berço), fazendo carinho, confortando, por uns 45 min. Haja disposição! Haja coluna, uf! E haja calma. Enfim, acabei pegando ela no colo, mas me mantive oferecendo o mesmo conforto – a calma. E aí no colo ela relaxou e dormiu em 5 minutos.

Nem acreditei! Já eram 2h30 da manhã e a fofinha só acordou de manhã. Toda alegrinha, como sempre.

SAÍ CHORANDO

Hoje, pela 1ª vez, saí de casa com a Alice chorando. Esperando o elevador, ouvia ela choramingando, hhhm, dó ... ainda bem que o elevador já estava no 10 e eu fui embora rápido.

A babá não veio e a Janete, da casa da minha mãe, veio cuidar da Alice. A Janete é uma querida, conhecida de longuíssima data, já tinha ficado com a Alice outra vez quando eu ainda estava de licença, justamente para poder se acostumar com ela. Só que hoje, além dessa “troca”, a Alice acordou às 5h e não às 7h como de costume e isso bagunçou a rotina.

Normalmente, ela mama às 7h e come a frutinha às 10h, com uma soneca no meio. Mas como acordou e mamou cedo demais, acabou dormindo em seguida até 7h30. As 9h, quando começou a reclamar, fiquei sem saber – será sono, como costuma acontecer a essa hora, ou será fome já que ela se alimentou às 5h da manhã, depois de ter dormido a noite toda (YES!!) desde às 21h (YES-2!!!).

Tentamos fazê-la comer. Não rolou. Janete levou ela pra “rua” pra passear. Médio. Botou no carrinho pra tentar que dormisse. Zero!

Enfim. Eu precisava sair. Tive que deixá-las tentar sozinhas. Saí com o coração apertado, certa de que se eu ficasse, conseguiria resolver a questão e engrenar o dia.

Mas não fiquei... hhhm.

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

O 1° MAMÃO

Alice parecia perceber que aqueles preparativos todos eram pra ela ser a estrela principal. Uma nova experiência estava a caminho.

Papai e titia na atividade - abre a cadeirinha, corta o mamão, amassa tudinho, pega o paninho, põe babador, pega colherzinha, câmera na mão! Alice, no colo da mamãe, acompanhava todos os movimentos com a maior atenção, como se esperasse a deixa pra entrar em cena - sentamos ela diante do prato.

Alice olhava fixamente pr'aquele laranja todo, parecia pensar – ok! agora é comigo! essa é a minha parte!

Papai direcionou a colherzinha, a boquinha foi abrindo e a lingua pra fora - fófa!! Deu uma experimentadinha, sorriu pra titia empolgada (a empolgada aqui é a titia), voltou pra colher e mandou ver!

Linda!! Comeu tudinho!!!

De noite, veio o resultado... êh cocô fedido :)

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Na 2a feira, mamãe não conseguia sair de casa. Não conseguia abrir mão de ver a Alice comer com a babá.

A cena: Alice sentada na cadeirinha muito maior do que ela, a Raquel em frente dando a maçã amassadinha - , Alice mastigandinho, babava a papinha e buscava a próxima colherada. Compenetradíssima, sacudia as perninhas e comia tudo.

Saí de casa chorando. Porque ela estava comendo tão bonitinha, que emoção! Porque estou deixando de ser exclusiva pra ela e me sentindo menos importante (é bobagem, mas é o que sinto). Por tristezinha por não poder acompanhar este novo momento mais de perto. Pela ansiedade e cobrança interna de ter que orientar "no escuro", sem ter treinado o bastante.

Neste momento me dou conta de como é importante o papel da babá, depende muito dela o sucesso das novas empreitadas da vidinha da Alice. Tem que ter sensibilidade e paciência pra perceber como ela está reagindo, saber quando insistir, quando desistir, quando esperar, quando retomar, quanto oferecer.

Pedi à Raquel pra escrever sobre o dia da Alice - como foi a alimentação, se mamou também, quanto mamou, se brincou, se rolou, se caiu, se chorou. O resultado tem sido reconfortante e também engraçado pela falta de habilidade da moça na escrita. Mas até que ela progrediu...

Enfim... é a rotina que precisamos criar para cuidar dos nossos bebês. O importante é perceber que não estar do lado não significa estar longe. Não presenciar todos os momentos não significa ser ausente. Todo o ambiente que construímos e cuidamos para atender às necessidades da criança é parte do mesmo amor que sentimos por ela.

Com isso esclarecido no coração (essa parte é mais difícil, mas temos que exercitar) os momentos "do lado" e "presente" tornam-se apenas tão importante quanto os demais, e não os de recuperar o tempo perdido. O que esses momentos tem, na verdade, são valores diferentes para nós. Mas pro bebê faz parte do cuidado e do carinho por ele.

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

A MOÇA QUE SE JOGOU DA JANELA

Um dia, saindo do trabalho, tinha um monte de gente na rua olhando pra cima.

No alto de um prédio, esquina da Rio Branco com São José, uma pessoa parecia sentada na janela. “Pula!!” gritava um e outro na rua.

Não resisti e fiquei ali olhando também – uma figura muito bizarra, toda de branco estilo noiva-cadáver estava sentada no último andar, com as pernas pra fora. De repente vi a figura esticar o corpo pra fora da janela e ... pulou!!!!!!

– AAAAAAAAi – berrou a multidão.

– Ai meu Deus do cééééu!!! – berrei eu. Virei o rosto desesperada, não ia agüentar ver aquela cena! Socorro!

Eu não tinha percebido que uma corda segurava a mulher (nem sei se era mulher, na real), e ela foi ‘rapelando’ pra baixo, saltando as janelas como se voasse suavemente.

Bicho! Aquela cena me deixou tão, tão atordoada. Eu tinha certeza de que a pessoa tinha se jogado e a sensação foi horrenda. A imagem daquela figura bizarríssima voando prédio abaixo, devagar com um véu esvoaçante me provocou um sentimento tão ruim, me atormentou tanto, que desde então, todos os dias qdo passo por ali, chegando e saindo do trabalho, me lembro dessa sensação. Hhhhrrr, ruim!

Acho que se eu fosse criança ia chorar toda vez que passasse por ali. Talvez chorasse de noite atordoada com aquela imagem. Acho que é por isso que as crianças, às vezes, tem medo de escuro, medo de alguns lugares ou de pessoas, de pessoas fantasiadas. Devem provocar uma sensação da qual elas não gostam mas que não sabem explicar e da qual não conseguem se desvencilhar. Por mais que se tente convencê-las de que não há perigo ou que aquele bicho é só uma fantasia, a sensação não muda. Precisa de muita racionalização pra entender e resfazer a ideia e aí é muito difícil.

Tomara que eu me lembre disso – e por isso estou escrevendo – quando a Alice tiver maus sonhos ou inexplicavelmente cismar com algum lugar. Tem que respeitar e consolar, só isso.