segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

APRENDENDO A RELAXAR

Eu me aprontava pro trabalho enquanto a Alice estava sentadinha na minha cama, compenetradíssima no controle remoto e no livrinho de plástico. De vez em quando me olhava, 'falava' alguma coisa e voltava pro controle e pro livrinho. 

Num determinado momento ela olhou pro travesseiro do papai, se esticou como se quisesse puxá-lo. Mas quando alcançou, recostou a cabeça e ficou. Ficou ali, aproveitando o maciozinho e me acompanhando só com os olhos. Aos poucos as pálpebras foram pesando e devagarinho caiu no sono, meio torta com o corpo caído pra frente, dormiu. Linda! 

Não sei que bicho me mordeu... Olhei pro relógio "Ih! O remédio!" Corri pra pegar mas ela já tinha adormecido e eu cismei que tinha que dar o remédio.

Resumindo. Ela despertou, chorou pra caramba, não topou remédio algum e eu acabei dando peito pra ela se acalmar e adormecer novamente. 

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Que dureza a minha... coitadinha, por que estou tentando impor essa rotina militar a ela. O remédio podia tranquilamente ser dado quando ela acordasse. Por que ser tão rigorosa? A Alice é tão boazinha. E eu que sempre me julguei flexível...

Pois é. Mas me flexibilizei com o tempo, sofri um tanto sendo rigorosa com o mundo e comigo mesma. Até que descobri que eu conseguia ser mais feliz e o mundo ficava muito mais interessante quando eu era mais flexível, mais tolerante com as falhas e caprichos alheios e, naturalmente, com os meus próprios. 

Acho que vou ter que percorrer esse caminho de novo pra sair da mira da rotina que me domina e me permitir errar e aproveitar. Definitivamente não é sendo rígida com a vida que garantimos prazer em vivê-la.

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

EMAGRECEU

Uns 200 g. Mas Alice está ótima, espertíssima, isso é normal. A criança começa a ter uma rotina mais agitada, a Alice entrou na natação então gasta mais mesmo, “não é pra se preocupar” falou a pediatra. Se ela não engordar no próximo mês, aí, sim, teremos que complementar. “Mas pode relaxar!”

Tranqüilo! Tranqüilizei toda a família: é assim mesmo, vou oferecer um pouco mais de comida, dar frutinha de sobremesa e pronto. A Alice é gordinha, não temos com o que nos preocupar.

Passou o final de semana...

‘Será que estou dando comida demais?’, ‘Acho até que ela já deu uma engordadinha’, ‘Hmm... Alice fez muito cocô, será que exagerei?’‘Acho que é o meu leite, não está mais atendendo a ela’, ‘E se ela continuar emagrecendo?', 'Será que vou ter que parar de amamentar agora?' 'Mas mesmo que o leite seja pouquinho tem que parar?’

Fiquei bolada. ‘Tranquilo!’ um ova! 225 g era o mínimo que eu esperava ela engordar! Se tiver que dar complemento, será que ela vai perder o interesse no peito? Gosto tanto do momento de dar de mamar pra ela, é tão íntimo. Eu sei que vou ter que parar em breve... mas poxa, achei que ia render mais... quer dizer, ainda vamos ver, relaxa...

relaxando, tô relaxando...

sábado, 19 de fevereiro de 2011

VER ELA DORMIR

Adoro ver a Alice adormecer e adoro admirar ela dormindo. É tão lindo.

Os olhinhos curiosos vão parando e até olhar pro nada. Mais um pouco e as pálpebras dão uma lenta piscada; sem desviar o olhar, ela pisca de novo ainda mais lentamente. Os cílios longos, lindos, os olhos claros, lindos. Devagarinho, os olhinhos vão se fechando. O corpinho vai relaxando... dormiu!

Aí eu paro e fico olhando, velando a inocência dessa pessoinha que eu que coloquei no mundo, o rostinho rechonchudo, a boquinha arqueadinha pra baixo (igual a mamãe), a respiração lenta, a barriguinha branquiiinha subindo e descendo, as pernocas gordas largadas, os bracinhos cheios de dobrinhas, pra cima da cabeça. O cabelinho fofo formando cachos ... o queixinho pequenininho.

É tudo lindo. Além disso, o soninho dela significa que relaxou, que está se sentindo confortável, está tranqüila, segura... e isso é ótimo! Descobri que Alice gosta de dormir de lado. Depois que ponho ela dormindo no berço, a noite, se ela vira de lado, é sinal que embalou. Posso relaxar e ir tomar banho, jantar, ver TV ou, como agora, escrever aqui.

Alice está voltando a dormir super bem. Pouquíssimas são as vezes em que acorda de madrugada e quando acontece, costuma aceitar rapidamente o carinho ou a chupetinha e já embala novamente. Papai e mamãe tem conseguido dormir melhor, e graças a babá eletrônica com câmera :) VER nossa bichinha linda dormir tranqüila e relaxada.

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

APRENDENDO A ENGATINHAR

Alice adora ficar em pé e eu tenho certo receio dela pular a fase de engatinhar. Mas esta semana ela se animou! Já sai sozinha da posição sentada pra bruços. E ontem, entre uma posição e outra ela se firmou de 4 pela primeira vez. Vi ela percebendo que o joelho pode servir de apoio, mas acabou escorregando e ficando de bruços. Fofa! Me segurei pra não agarrar, porque senão eu ia atrapalhar. Eu estava no telefone e fiquei ali meio paralisada só olhando...

Vamos continuar praticando e a gente chega lá, gata!!

COISINHAS...

Alice só quer ficar de pé e começa a ensaiar os primeiros passos. Está se ligando no movimento que tem que fazer com as pernas pra mudar de posição. Engatinhar parece não querer muito não. Ainda bem que tem a natação que estimula bastante. Acho que se ela engatinhar (o que é possível, mas pode não acontecer) vou agradecer à natação.

Quando ela me quer tem duas formas de me chamar. Se estou mais longe ou não estou olhando ela me chama com o choro. Não é um choro de sofrimento ou dor, é um choro de reclamação, berrinhos curtos com careta (linda por sinal) de choro. Agora, se estou pertinho, se estou olhando pra ela, Alice me chama com as mãos. Ela estica os braços e faz ‘vem’ com as mãozinhas. É demaais!

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

A GINCANA DE SER MÃE

Tenho andado admirada com a gincana sem fim que sinto estar enfrentando desde que voltei a trabalhar. Cuidar da Alice é uma delícia, olhar pra ela é sublime, estar com ela é o melhor momento do dia, mas confesso que a parte da função cansa e é non-stop.

Mãe é um ser de eterna atitude, não dá pra enrolar, preguiçar ou dormir mais 5 minutinhos. Se você não se mexer, não agir, não produzir, o bebê fica ali, refém – tem que comprar a comidinha, tem que esquentar a comidinha (se não estiver pronta, ‘bora cozinhar!), tem que montar e desmontar o cenário da comida, tem que limpar tudo, tem que dar banho, tem que levar pra passear, tem que botar pra dormir, tem que trocar a fralda, tem que levar pra natação, tem que separar as coisas pra praia ser divertida, tem que arrumar as coisas pro parquinho ser legal, tem que passar o repelente, tem trocar a roupinha molhada, tem que pedir pra alguém segurar enquanto você come... ‘tem que’ o tempo todo.

Dei uma checada com outras mães, afinal, elas devem ter dicas... Absolutamente TODAS as mães encaram verdadeiras maratonas pra conciliar as demandas dos filhos com os compromissos da própria vida.

E costuma ser pra mãe que pesa mesmo. É a mãe que inclui na sua rotina a rotina da criança, é quem tá no controle do que comeu e a que horas, se está limpinha, se está com calor ou com frio, se tomou banho, se passou o remédio, é quem marca e vai ao pediatra, sabe quando e aonde passeia, quanto cocô fez, se chorou, se ficou de bruços, se ficou em pé...

“O que a gente fazia antes? A gente dormia! Não fazia nada antes de ter filho” disse uma amiga. Uma outra contou a vez em que um dos gêmeos ficou com o pai enquanto ia com o outro ao pediatra. Em casa, o pai não sabia porque o filho não parava de choramingar, devia estar sentindo falta da mãe. Mas não se lembrou de oferecer comida pra criança.

Por isso que tem pai que não entende porque o filho é tão grudado na mãe. E é lógico que tem mãe que se ressente porque ainda assim a filha idolatra o pai... A minha, por enquanto me quer antes de qualquer um. hihihihi. Adoro! Mas é isso. Acaba sendo comigo mesmo que as coisas se resolvem, muitas vezes é o meu colo que para o choro, é o meu peito que acalma a dorzinha da vacina, é a minha presença que relaxa a brincadeira.

Aí, a mãe não consegue ver o jornal, não consegue ler um livro (aliás, estou tentando um! é curtinho), acaba dormindo sem jantar, não toma café direito...

É que a mamãe, com o coração CHEIO para tudo por esses pequenos, lindos e amados seres. 


quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

DORMINDO COM O PAPAI

Parei pra olhar pela frestinha da porta.

Quarto em meia luz, só se via a silhueta. Lelê com a Alice no colo cheia de sono. Ela se contorcia e esfregava as mãozinhas no rosto; ele agarrava ela com o maior cuidado. Ela jogava a cabecinha pra trás e mergulhava no peito do pai, buscando o sono. Ele sacudia o corpo e cantava de mansinho ‘o sapo não lava o pé’. Super concentrados.

Em poucos minutos, Alice apagava deliciosamente no colo do papai, bochechas de travesseiro. Aliás, adoro olhar ela dormindo, acho lindo.

ANDANDO PRO LADO

Alice está treinando andar se apoiando em alguma coisa. O espaço de treino dela é o cercadinho, ela se agarra na borda e, toda rebolante, vai se deslocando pro lado. Dá umas choradas de frustração quando quase cai ou se cansa, mas normalmente um bom incentivo acalma e ela continua a ‘escalada lateral’. Mó exercício.

O EFEITO DO COCO NA MINHA CABEÇA

O coco do fim de semana ligou um botão muito chato na minha cabeça – o MEDO.

Outro dia, a Flor esteve lá em casa e me incentivou a deixar a Alice solta no chão, fora do cercadinho e sem nem tapetinho. E eu: – Mas se ela cair pra trás vai bater com a cabeça! Ela respondeu: – Bem, tem que tomar cuidado, põe ela de bruços, mas se acontecer, faz parte.

Isso ficou ecoando na minha cabeça a semana toda...

No evento do coco, quando cheguei no hospital vi uma mãe carregando no colo um filho de uns 4 ou 5 anos com a perna toda enfaixada e comentando “fraturou a tíbia”.

Me percebi, então, toda nervosa por um incidente, na boa, pequeno, nada demais mesmo. E se eu tiver que acudir a Alice porque ela quebrou um braço, por exemplo? Ouço histórias de acidentes bizarros mas que as crianças saem bem no final. Mas e na hora? Imagina o pânico que deve ser... Quando vi a mulher comentando num tom de ‘bom dia’ que o filho tinha fraturado a tíbia, olhei pra cara do Lelê que entendeu tudo e mandou pra mim ‘vai acontecer...’

Ai. Posso pedir pra pular essa parte?

Não! E não adianta nada eu fazer tudo certinho, com rotinas e horários... a conta da vida não é exata. Um coco pode cair na nossa cabeça de repente e pronto! Tem que acudir, tem que cuidar e de preferência, sem drama, pra não atrapalhar.

O fato é que a Alice vai cair, vai se machucar e vai ficar doente. Mas vai continuar crescendo, aprendendo e experimentando. É assim que a vida é. Nosso papel de pai e mãe é o de orientar, acudir, cuidar, amar e relaxar.


segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

COCO NA CABEÇA... :(

Relato a seguir o que aconteceu comigo neste final de semana.

No domingo, eu estava no parquinho do Jardim Botânico com meu marido, minha filha de 8 meses e um casal de amigos com sua bebê de 5 meses. Estávamos sentados numa mesa, embaixo de uma árvore protegidos do sol, bebês ao redor e várias crianças correndo e circulando. De repente, um côco caiu na minha cabeça. Imediatamente começou a sangrar muito, todos correram na minha direção, outras pessoas ajudaram, trouxeram gelo e consegui estancar o sangue. Meus amigos foram para casa com a minha filhinha enquanto eu e meu marido éramos levados pela equipe de apoio do Jardim Botânico até a emergência do Copa D’or.

Fui examinada, medicada e liberada – felizmente não sofri nada além de um ferimento superficial e um enorme galo na cabeça.

Passado o susto, refleti sobre a situação. A remota possibilidade de um côco cair numa área de recreação infantil é inadmissível. Minha filhinha estava a uns 20 cm de mim, se o côco caísse – tremo só de pensar – em cima dela, o estrago teria proporções desastrosas. Aquela área específica concentra o maior número de crianças do Parque, um côco ou qualquer outra fruta simplesmente não pode correr o risco cair ali!

Num misto de alívio e de revolta estou divulgando o evento para o maior número possível de pessoas para que conheçam o risco desse simples passeio e para pressionar o Parque a rever seus procedimentos de poda ou eventualmente reavaliar as árvores que ficam ali. Estou considerando acionar o Parque judicialmente para que a direção entenda que isso não pode acontecer, mesmo sem atingir ninguém.