quinta-feira, 24 de março de 2011

SEM TEMPO


Até hoje, de tudo o que a chegada do neném traz o que acho mais difícil é a falta de tempo. Mais difícil até do que dormir; talvez porque a Alice durma bem... Mas me sinto exprimida entre cuidar da Alice e trabalhar. Não consigo fazer mais nada além disso. Saio de casa correndo, volto pra casa correndo e a sensação é que saio de casa mais cedo do que eu gostaria, chego no trabalho mais tarde do que deveria, saio do trabalho mais cedo do que precisaria e chego em casa mais tarde do que gostaria... ou seja, correria e frustração todos os dias.

E não faço qualquer atividade extra – não faço exercício, mal consigo ir ao salão, cinema não dá e filme na televisão também não, comprar roupa só com planejamento e companhia, e visitar amigos só final de semana, porque durante a semana, o trânsito é horrível, depois que chego em casa, não consigo pensar em ficar 40 min no trânsito com a Alice para chegar a qualquer lugar e ter que ir embora 1 hora depois porque já ficou tarde pra ela.  Vivo de fim de semana em fim de semana quando tento equilibrar a Alice com o Lelê pra que nós possamos tentar resolver coisas pessoais e demandas domésticas.

Dizem que melhora... tento relaxar e apenas me dedicar ao momento, a essa fase, depois tudo deve se ajeitar melhor. Só que enquanto isso minhas vontades vão se acumulando... eu sempre fiz tanta coisa ao mesmo tempo... e agora só consigo fazer uma coisa de cada vez, no caso são só duas coisas: trabalhar e ser mãe. Gosto e gosto. Mas gosto de outras coisas também...

Tento me lembrar daqueles dias lentos e calmos da época da licença, estão virando quase um sonho distante. Ainda bem que eu escrevi... era capaz deu nem lembrar como era, não conseguir resgatar a sensação de preenchimento e serenidade que esse período me proporcionou.

Agora o ritmo de vida é bem outro. A ansiedade ficou mais difícil de administrar. 

segunda-feira, 21 de março de 2011

NÃO É A MAMÃE

Nesse final de semana o LL foi a uma festinha sozinho com a Alice.

Achei ótimo ele viver a experiência de estar totalmente responsável por ela – troca de fralda, comidinha, água, divertimentos, colos alheios. E tb vai criando uma relação só deles, o que eu acho lindo.

Antes do LL sair dei varias orientações. ‘Presta atenção no tempo que a Alice fica com as pessoas. Não vai esquecer ela no colo de alguém. As vezes a pessoa quer devolver a criança mas se toca de que o pai sumiu! Lembra de checar a fralda de vez em quando. Se ela começar a reclamar, passeia com ela no colo. E dá o jantar por volta das 18h, 18h30. ’

A presença da mãe muda todo o cenário. A mãe interfere tanto no comportamento da criança como no dos adultos em volta. Com a mãe por perto a criança fica mais manhosa, dengosa, mais ‘querendo-mamãe’. Os adultos (mulheres, normalmente) ficam mais reservados, evitam ‘avançar’ na criança. Quando estou com a Alice, as pessoas limitam-se a pegar no pezinho, na bochecha. Quem se sente mais à vontade até pede pra pegar um pouquinho, mas devolve rápido, até porque ela mesma, olha pra mim e pede pra voltar.

Mas o papai não é a mamãe... sem a mamãe, Alice ficou muito mais interessada no entorno, mais disposta a interagir com as pessoas e as pessoas muito mais a vontade pra agarrar essa coisa fofa sorridente que ela é. Na festinha, Alice rodou no colo de várias meninas, que ficaram enlouquecidas com a Alice ‘livre’. Quando o Lelê ia pegar ela de volta elas pediam ‘pode deixar ela com a gente, ela está ótima!’ e segundo o LL estava mesmo.

Trocou a fraldinha dela uma única vez em 3 horas. E deu o jantar mais de 19h – tudo bem, é o papai, não é a mamãe J.

domingo, 20 de março de 2011

MEU ESQUEMA DEU ERRO DE NOVO... A BABÁ ENGRAVIDOU...

Ontem mesmo postei no twitter que se nós não fizermos, quem faz é a vida. Olha-í! Acabei de descobrir que a babá está grávida. E agora? Como me planejo? Vou ter que engolir a licença da mulé.

...

Será que no meu trabalho meus chefes tb acharam horrível quando eu engravidei? Provavelmente, tudo o que está passando pela minha cabeça agora passou pela deles na época. 


To achando horrível ela estar grávida, começa a ter um monte de restrição, tem acompanhamento médico pra fazer, exames... Como é que eu faço? Quando ela sair de licença, me viro como? Bem. Certamente vou ter uma solução. Mas e depois dos 4 meses da licença, com um novo arranjo em casa, faço o que com a criatura?

Não quero mais! Vou ser obrigada a topar ela de volta só que perdi totalmente a vontade de ter ela comigo. O que eu queria mesmo era me livrar dela e arrumar outra. Mas arrumar outra também não é tarefa fácil, como eu já vivi. Estou chegando a conclusão de que não tem solução ideal. A gente sempre perde por um lado. Ou na privacidade, ou no tempo livre, ou no cuidado com a casa, ou na qualidade do trabalho, ou na grana... ou em vários aspectos ao mesmo tempo.

No meu caso, tenho pouco tempo livre, o cuidado com a casa é médio, e acho q gasto uma boa grana. Não tá exatamente bom... e acabou de piorar. Não sei nem bem o que pensar. Me dá até uma certa raiva, sabe. Ô mulé burra! 20 anos, com um filho de menos de 3 anos, foi fazer outro!

“Milha filha, você não toma pílula?” “Ah, não me acostumei” “E aí, você faz como?” “Tomei injeção mas a minha médica mandou parar” “Ah é? E aí?” “Ah! Eu tava me separano...”  

É mole!?

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Meu dliema: devo ou não me sentir responsável pelo que acontecer com ela e com a criança? Aí penso de novo na minha relação no meu trabalho. Eles foram e continuam sendo hiper generosos comigo, super compreensíveis. Por outro lado, eu também tenho a minha parte nessa relação. Sou super comprometida, sou parceira deles há quase 10 anos, fiz um bom trabalho ao longo desse tempo, deixei tudo arrumadinho pra poder sair fora.

No caso da minha amiga burra, não tem relação nenhuma. Conheço a garota há 5 meses. Ela é fofa com a Alice, ok, isso é importante e é bom... mas é bem mais ou menos com o asseio das coisinhas dela, por exemplo, e acabou de me colocar numa roubada.

Pelo menos eu assinei a carteira da mulé, né. Assim o risco dela ainda por cima querer me colocar na justiça é bem menor. Ruim q vou ter que ficar com ela mais um tempão sem querer, além de ter que encarar qq tipo de complicação q eventualmente ela ou o bebê possam vir a ter. 

Enfim.... conversar com os amigos e família tem me ajudado a encarar o assunto com mais frieza. O final de semana foi bom pra digerir melhor essa 'novidade' sem a pressão da presença dela e pra eu me ligar de não passar a revidar no dia-a-dia minha insatisfação com a situação. O que segundo minha mãe seria a minha cara fazer. 

sexta-feira, 11 de março de 2011

MAMAR, VERBO TRANSITIVO INDIRETO

Eu amamento a Alice. A Alice é amamentada por mim. A Alice mama e eu dou de mamar à Alice. Tinha quer ter uma forma de conjugar o verbo que reproduzisse melhor o ato de amamentar. Amamentar parece uma ação em uma só direção - eu dou e ela recebe. Mas acho que dar de mamar é um momento onde rolam várias trocas. Trocam-se olhares, troca-se carinho, rola saliva, rolam cheiros, rolam barulhinhos, tem muito toque, carícias... Por mais desfocado que eventualmente esteja a mãe ou o bebê, a energia daquela conexão é só daquele ‘casal’ naquele momento.
Tinha que ter um ‘mamar-se’ ou ‘amamentar-se’. Tipo, “a gente ainda se mama”. Algo como se alimentar. Ou como... transar. É recíproco – você transa com alguém e alguém transa com você. Ou mamar podia ser um verbo transitivo – mamar com. “Nós vamos mamar”. “Vou mamar com a Alice” podia significar que estamos indo fazer um mamar. Rsrsrs
Enfim. Tudo isso pra dizer que Alice tem 9 meses, continua mamando e eu continuo amando dar de mamar pra ela J.

MAMÃE TÁ CHEGANDO

Alice é super tagarela, mas ainda em sílabas. Dá-dá pra tudo em várias entonações - alto, baixinho, curtinho, longo, É muito lindinho. Mas hoje...

Hoje rolou um 'mmmãã...'

Saí correndo na direção dela, a bichinha até se assustou, fiquei insistindo: mamãe, mamãe. Mas perdemos o momento.

Tudo bem! Já-já sai.

sábado, 5 de março de 2011

1A FEBRE E A RECUPERAÇÃO

Cheguei do trabalho, Alice estava com  39,2o de febre. Caidinha no colo da babá, bochechas rosadas, peguei no colo, toda quentinha. L Foi uma noite um pouco mais difícil, mas dei peito o quanto ela quis. Adormeceu às 22h, acordou 0h, depois às 2h, e depois só às 6h30. Achei bem justo.

Como não melhorava e começou a ficar muito encatarrada, acabamos no Copa Dor. Alice foi examinada, medicada e no dia seguinte já começou a recuperar o ânimo, o humor, a disposição. Por sorte, as noites foram todas muito tranqüilas, Alice dormiu a noite toda, todas as noites.

Mas agora que ela melhorou, parece que ela está querendo recuperar o tempo perdido, está com a energia turbinada. Não para quieta em momento nenhum, fala o tempo todo, dá gritinhos o tempo todo, quer pegar e puxar tudo, se está deitada rola prum lado, depois rola pro outro, fica de bruços, se empurra pra trás, depois rola de novo, puxa os pés. Tenta muito se colocar sentada, mas ainda não consegue. Uma simples troca de fraldas está virando uma atolação geral – TUDO cai no chão.

Em pé, ela pode ficar horas a fio. No cercadinho fica andando pela borda, mas prefere ‘estacionar’ na direção de onde tem mais pessoas. Ela adora pessoas conversando, parece querer participar pois fica buscando interação com gritinhos e chamando com a mão. Aliás, agora, além de bater palminhas Alice dá tchauzinho J e faz 'vem', com aquela mãozinha gorducha... aaai!

Engatinhar, ainda não quer. Quando está de bruços e quer algum brinquedo, ela parece querer que o brinquedo chegue a ela, e como não chega, reclama. Ainda não entendeu que ela pode ir até ele, mas quando descobrir... vou ter que enfim colocar grades na escada, rede nas janelas e nas escadas, e ‘varrer’ os objetos pequenos que ainda ficam na altura dela. Acabou o sossego. Ui! Mas quem quer descansar?